26 de junho de 2008

Fim de Ano


O fim do ano escolar é sempre mais festivo, barulhento e divertido que o Fim do Ano.

O calor, as festas várias, a roupa curta, as actividades diferentes. Eles começam a crescer de repente, parece que de propósito, para que lhes notem mais diferença no fim do verão. Combinam-se encontros, programam-se férias com avós e pais, e tudo o mais. Os fins de dia começam a ser na piscina, os jantares mais tarde, os pic-nics passam a fazer parte da semana.
Mesmo com o meu trabalho em pleno, de repente parece que tudo muda e já estamos de férias, ou pelo menos a sentir o sabor das férias dos miúdos.

Eu, que até sou uma mamã privilegiada, só trabalho oito horas por dia, tenho família com avós e tios e primos a quem posso recorrer nas aflições, nos apetites, e nos intervalos, ainda me pergunto porque é que a nossa vida não está mais bem organizada em função da deles. É provavelmente uma questão retórica, ou pior ainda, considerada estúpida.

Agora o mais importante é que começaram as férias dos miúdos, e eu já tenho montes (cordilheiras) de coisas para me entreter a fazer, sem ser o "rame-rame" casa, jantar, livrinho e cama( até parece mamã!).

17 de junho de 2008

O Gato Preto

Edgar Allan Poe

Na capa, pode ver-se o focinho de um gato preto, um olho aberto amarelo e o outro com uma cicatriz. Fundo cinzento.

Não tenho feito o trabalho de casa e por isso falta-me a fotografia, vai uma descrição, para vos deixar a imaginar.

Lá dentro o texto não tão sórdido quanto eu pensava. Talvez preconceitos de quem nunca tinha lido o autor(detesto filmes de terror e coisas que tais e assim tinha à priori decidido que, apesar da fama, não iria procurar livros dele).

Ou seja, surpreendeu-me o facto de a personagem estar sempre a interrogar-se sobra a razão das suas acções, e de as considerar más, apesar de as fazer.
Como o intolerável parece banal se o observamos de um ponto de vista destes.
Curioso
Deu-me que pensar.

13 de junho de 2008


Inxala

Um livro rápido de ir ao fundo: quando nos empurram,

fugimos.

quando amamos forte,

esse amor cresce na distância de o vivermos.

até um dia.


Infelizmente, se o virem nas montras, acreditem apenas no que parece ter, pois é isso que tem: a capacidade de acreditarmos e esperarmos (em simultâneo), depois de fugirmos de tudo e atingirmos algo bem próximo do nosso fim-do-mundo.

8 de junho de 2008

Os seis e a montanha mágica


Ás vezes os fins de semana ficam nos limites da imaginação.

Expedições aventureiras a ver saltar rãs, descobrir cogumelos em rodinhas, musgos que servem para fazer camas, ribeirinhos a oferecer banhos lamacentos e animadas "subidas pelo leito do rio".

Observações furtivas da vida animal (e parental), feitas do cimo da casinha das árvores, quase no segredo dos deuses, (como será possível manter seis crianças em espaço tão pequeno durante tanto tempo e sem os ouvir?)

Banhos de água gelada aquecem a brincadeira que já vem prolongada, e o tempo passa ainda quando chega a brisa no fim da tarde. Jantamos cá fora, a sobremesa são framboesas apanhadas ao entardecer.

No regresso, difícil é não adormecer

2 de junho de 2008

Rio das Flores


De Miguel Sousa Tavares

Desculpa Ana não te deixar ler o livro primeiro para depois poderes "postar" sobre ele, mas de certeza que tens por aí muitos de que nos podes falar e que nós ainda não lemos.

Hoje lembrei-me de falar do Rio das Flores porque daqueles cuja fotografia guardei é o único que tenho a certeza de ainda não ter falado. Contratempos que a mudança de "sítio" de blog nos traz. Por falar nisso, tenho que colocar um link para o blog antigo, pode apetecer revê-lo.

Ia então falar do Rio das Flores.

Gosto da historia do livro por um motivo subterrâneo qualquer que ainda não tive tempo de ir descobrir, talvez a possibilidade de gerar pessoas tão diferentes dentro da mesma casa, a possibilidade de entendimento quando o outro que é diferente de nós é afinal tão igual a nós.

Mas o livro não se resume a isto, e embora reconhe
ça alguma razão na crítica que Vasco Pulido Valente lhe faz, nomeadamente quanto à questão da forma como o autor nos quer transportar no romance histórico, reconheço-lhe o mérito de questionar a nossa capacidade de decidir pelo que realmente queremos.

O que é que devemos/podemos por em causa, por quem e como, que direito temos de fazer de uma ou outra maneira? as "soluções "no livro são umas, nada obsta a que possam ser outras, no nosso imaginário da história.

E se dele tivesse que retirar uma frase, posso garantir que não retiraria aquela que foi escolhida. Como não o tenho por cá, por aqui virei mais tarde para a transcrever.