27 de novembro de 2007


Ontem fui dar um passeio por aí.

Gosto muito de andar e a verdade é que ultimamente tenho andado mais a correr.

Hoje os meus olhos pedem sono e falta-me ler ainda quinze minutos.

Mas queria mostrar-vos que ontem andei por aí,

e ver isto soube-me bem.

18 de novembro de 2007

adição


A Isabel Allende é normalmente uma boa notícia que chega às livrarias. Confesso que nem sempre merecedora da expectativa. Agora que tornou matemática a sua vida e nos mostrou as contas feitas, encantou o meu sentido de família e agradeci em todas as páginas a partilha. É a vida. Mesmo. E as formas diferentes de como a encarnamos, não só em corpo mas também e especialmente, em espírito.

Já se fazem planos para criar a nossa versão da Irmandade da perpétua desordem:
“Nunca fazer mal e fazer bem sempre que pudermos.”


15 de novembro de 2007

Todas as manhãs vejo este caminho


De José Régio

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

8 de novembro de 2007

PROIBIDO


O Livro é de António Costa Santos,

e traz-nos um "cheirinho dos proibidos" do estado novo.

Eu, que não consigo evitar um erro por frase em"época alta",
fico a pensar se foi das réguadas que não levei quando andei a tentar aprender que duas línguas
se podem escrever com as mesmas letras e diferentes sons,
e se seria mais correcto proibirem-se pseudo-escritores de "diários" internéticos de escrever
caso não conseguissem manter o ratio 0/1 de erros por frase.
Desculpem-me aqueles que não conseguem evitar engolir em seco cada vez que tropeçam numa
asneira, sou persistente e perfeccionista, chegarei a bom caminho.
Entretanto vou lendo,
destes proibidos alguns valem bem a pena conhecer, salve a forma um pouco mediática, que às vezes irrita um pouco.

Não transcrevo, há coisas que nem todos querem saber.

Acrescento fotografia, faz falta, e também me apetece acrescentar que faz falta ler este livro e perceber por exemplo que não é nem nunca foi proibido conduzir descalço ou de chinelos.

4 de novembro de 2007

Dos Livros e outras histórias

Dos Livros porque sempre gostei de ler, e porque se perdeu o hábito de falar sobre as leituras que se fez. Talvez porque se perderam os espaços onde se falava de livros?

E de outras histórias porque há muito que contar para além dos livros…

Lembro-me de ter lido sobre tertúlias, ou apenas encontros de amigos, onde se podia falar de textos, ouvir poesia, comentar a situação política, ou apenas passar um serão agradável na companhia de pessoas amigas.

A fluidez dos dias de hoje parece ter sido capaz de anular quase completamente a nossa capacidade de estar com os outros, recebê-los ou deixar-se envolver no seu ambiente para escutar coisa novas, diferentes ou apenas belas.

Seja porque os miúdos têm escola amanhã e deitam-se cedo, seja porque temos tudo para organizar diariamente, ou porque levámos trabalho para casa. Aparentemente aprendemos a andar “sempre a cem”e já nem sabemos onde fica o lugar das coisas que se fazem devagar…

Apetece-vos criar esse lugar, virtual?

Bem-vindos sejam!

Foi assim que estreámos " Dos Livros e outras histórias" há cerca de um ano atrás, neste reinicio, motivado por dificuldades com os parágrafos, decidimos relembrar o espírito com que começámos. Se nem sempre a disponibilidade e a regularidade com que aqui nos encontramos facilitam o acolhimento de novos amigos e colaboradores, a verdade é que sempre que alguém se junta a nós isso é motivo de alegria, por isso obrigada a todos e bem hajam.